Armamentos nacionais

No século XXI, empresas genuinamente brasileiras desenvolveram ou aprimoraram diversos projetos de armamentos que possuem (ou possuíram) grande potencial para fortalecer a Força Aérea Brasileira. Dentre eles, destacam-se os seguintes projetos:

Bombas: burras (BAFG, BGB, BPB e BPEN) e kits de guiagem (Dagger, FPG-82 e SMKB);
Foguetes: não-guiados (SBAT-70 e Skyfire 70);
Mísseis: anti-radiação (MAR-1), ar-ar (A-Darter e MAA-1 Piranha) e de cruzeiro (MICLA-BR).

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Bombas
	Bomba Aérea de Fins Gerais (BAFG) Fabricada pela AEQ, em Quatro Barras (PR), Jacareí (SP) – na Usina Coronel Abner – ou Lorena (SP), a BAFG possui quatro versões (120, 230, 460 e 920), que são adaptações das bombas estadunidenses Mk. 80 (respectivamente, Mk. 81, 82, 83 e 84). Essas bombas são utilizadas pela FAB. Desde 2012, a AEQ foi adquirida da Britanite (ou passou a receber essa denominação após a compra de parte da Britanite) pelo grupo Synergy.
	BGB e BPB Fabricadas pela Mac Jee, em Paraibuna (SP), segundo a própria empresa, na maior planta de carregamento de munições do Hemisfério Sul. A BGB é uma adaptação das bombas estadunidenses Mk. 80 e possui quatro versões: BGB-81, BGB-82, BGB-83 e BGB-84. A BPB é uma adaptação da bomba anti-bunker estadunidense BLU-209 e, provavelmente, conta com uma única versão, a BPB-2000. Aparentemente, a bomba não foi testada ou adotada pela FAB.
	Bomba de Penetração (BPEN) Desenvolvida pela Força Aérea Brasileira, em São José dos Campos (SP), a bomba possui duas versões: BPEN-500 e BPEN-1000. Trata-se de um armamento equivalente à BLU-109, de origem estadunidense.
	Dagger Desenvolvido pela Mac Jee para ser utilizado nas bombas da série Mk. 80, o kit, segundo a própria empresa, proporciona à bomba um alcance de 120 km. Aparentemente, o kit não foi testado ou adotado pela FAB.
	Friuli Planeio e Guiamento (FPG-82) Desenvolvido pela Friulli Aeroespacial, de São José dos Campos (SP), o kit é um sistema de guiagem para bombas Mk. 82 (ou BAFG-230). Segundo a própria empresa, a capacidade de planeio da bomba proporciona a ela um alcance de 80 km. Aparentemente, o kit não foi testado ou adotado pela FAB. Há indícios de que ele tenha sido utilizado pela Colômbia para desenvolver uma versão nacional. Desde 2012, a Friulli pertence a um grupo italiano e passou a se chamar Magnaghi Friuli Aeronáutica.
	Smart-MK-Bomb (SMKB) Desenvolvido por duas empresas, Britanite/AEQ e Mectron (esta última sediada em São José dos Campos, SP), o kit possui, provavelmente, duas versões: SMKB-82 e SMKB-83. Essas versões são utilizadas, respectivamente, nas bombas Mk. 82 (ou BAFG-230) e Mk. 83 (ou BAFG-460). Segundo a própria empresa, o alcance máximo proporcionado às bombas pelo kit é de 24 km. O kit foi testado pela FAB.
Foguetes
	Sistema Brasileiro Ar-Terra (SBAT-70) Fabricado pela AEQ e pela Avibras – esta última com fábricas em São José dos Campos (SP), Jacareí (SP) e Lorena (SP), todas localizadas na parte paulista do Vale do Paraíba – este armamento não-guiado possui ao menos três opções de ogivas: anticarro, antipessoal ou de exercício. Seu alcance efetivo varia entre 1 e 4 km. O foguete é adotado pela FAB. Diversas especulações sobre a venda da Avibras ocorreram, destacando-se o interesse de empresas da Arábia Saudita, Austrália, China e Emirados Árabes Unidos.
	Skyfire 70 Fabricado pela Avibras, é um aprimoramento do foguete não guiado SBAT-70. Seu alcance máximo efetivo é de 4,7 km. Aparentemente, o foguete não foi adotado pela FAB.
Mísseis
	A-Darter Desenvolvido pela empresa africana Denel, com a participação brasileira por meio da Avibras, Mectron e, atualmente, da Opto Space & Defense – esta última localizada em São Carlos (SP) –, trata-se de um míssil ar-ar de curto alcance (7 km) com guiagem por infravermelho. O míssil não foi adotado pela FAB. Desde 2016, a divisão de defesa da Opto Eletrônica foi adquirida em conjunto pelo grupo sueco SAAB e pela brasileira Akaer, passando a se chamar Opto Space & Defense. Em 2023, a empresa voltou a ser 100% nacional.
	MAA-1 Piranha Fabricado pela Mectron, de São José dos Campos (SP), o Piranha foi um míssil ar-ar de curto alcance (6 km) com guiagem por infravermelho. O míssil foi adotado pela FAB. A Mectron entrou em falência por volta de 2014, e seus projetos de comunicação foram vendidos ao grupo israelense AEL Sistemas. Os projetos de mísseis foram adquiridos por seus ex-funcionários, que fundaram a SIATT. Não é certo se a SIATT adquiriu o projeto do Piranha, mas, de fato, não houve continuidade no desenvolvimento do míssil.
	Míssil Antirradiação (MAR-1) Desenvolvido pela Mectron, o MAR-1 foi um míssil antirradiação, guiado por sensor passivo, capaz de detectar a emissão de radares, sendo utilizado contra sistemas de defesa antiaérea. O míssil foi testado pela FAB.
	Míssil de Cruzeiro de Longo Alcance (MICLA-BR) Em desenvolvimento pela Avibras, o MICLA-BR é a versão aerotransportada do míssil de cruzeiro AV-TM 300, que também está em desenvolvimento. Seu alcance será de 300 km. O míssil foi testado pela FAB.